quinta-feira, 20 de novembro de 2003

Noite

Enquanto a fumaça dos carros se misturava a fumaça dos cigarros, enquanto os cachorros latiam e protegiam a sua ninfa, enquanto os vendedores trocavam de rosto, alguns tantos olhos e um único olhar diferente dos outros. Não se esqueçam, amigos, a vodka acabou. Peguemos nossas cervejas e brindemos agora. Mantinham uma pose de bandidos burgueses que nunca os levou a lugar algum, sequer entraram em cartaz no cinema mais próximo. O tempo voa, a rua está deserta e novamente estamos ébrios. Não veriam as luzes nos velhos prédios em reforma se acenderem. Depois da canção de ninar, não esquecerão, nenhum deles, de beijar os filhos e de, antes de partirem, depositarem as memórias em parte de seus sonhos.

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