quarta-feira, 31 de outubro de 2007

Sobre a Velox

"Preço alto,conexão lenta e sem garantia de estabilidade. Usuários dos serviços de banda larga da Velox não agüentam mais as falhas no serviço da operadora, tanto na entrega quanto no suporte e manutenção das conexões. O preço agrava mais a insatisfação, especialmente quando a tarifa local é comparada com os valores de outros centros atendidos pela operadora Oi, responsável pelo Velox. Uma busca rápida na própria página do serviço revela a diferença: enquanto no Recife o plano com a velocidade mais alta (1 Mbps) custa R$ 160, na capital carioca o valor cobrado pela conexão oito vezes mais veloz (8 Mbps) custa apenas R$ 40 a mais".

O_O

Putz... a razão pode até ser a falta de concorrência, mas sobra cara-de-pau em cobrar quatro vezes mais, por um serviço oito vezes pior (e se levarmos em consideração a renda per capita dos cariocas em relação aos recifenses...) Pode parecer ingênuo esse meu comentário, mas fica uma impressão que as empresas investem numa certa manuntenção do subdesenvolvimento de algumas cidades; a manuntenção de um certo status quo entre o grande eixo e o resto.

Ao invés de proibirem fumar nos lugares, por que não proibem a discrepância de valores dentro de uma mesma empresa em localidades diferentes? - apenas em empresas de tecnologia, afinal isso nunca poderia ser aplicado a todo o mercado. Acredito que é algo que transformaria pragmaticamente o acesso a internet em alguns lugares. Essa história da Velox me parece quase um golpe - ao menos pra mim, que to vendo do lado de cá da questão, com uma faixa de 'loser' pregada na testa.

segunda-feira, 29 de outubro de 2007

Proibido Fumar

Recife quer ganhar o título de cidade 100% livre de fumo. Isso não significa que o cigarro será banido, mas que não será mais permitido fumar em ambientes fechados como boates, bares, restaurantes e hotéis. Esses locais têm três meses para se adequar ao decreto municipal.

Rápido comentário:

Odeio muito campanha anti-tabagista! Acho que os fumantes têm que começar a lutar por seus direitos logo. É ridículo, eu sei, mas daqui a pouco só vai poder fumar no banheiro da sua própria casa. Ops... banheiro é um ambiente fechado. Acho que quando os fumantes começarem a boicotar os estabelecimentos, os donos vão começar a sentir no bolso e vão reclamar lá na Prefeitura.

Ah João Paulo deixa meu cigarro em paz e vai comer alface.

(Uma saída interessante para os donos dos estabecimentos e fumantes é tornar o fumódromo, o espaço mais interessante do lugar – como alguns hóteis já fazem por opção... de modo que até os não-fumantes se rendem e terminam indo pra lá: sem reclamar, afinal a área é apenas para fumantes).

Britney quer muito mais

Do Caderno C – Só alguns trechos

"Blackout, álbum de Britney Spears lançado esta semana, é um dos mais divertidos, cafajestes e robóticos de 2007"


Schneider Carpeggiani

“Após sucessivos naufrágios, surpresa geral: Blackout, o álbum de Britney Spears que é lançado esta semana, é bom, muito bom. Não só o melhor da sua carreira (E que carreira, hein?), também um dos discos pop mais divertidos, cafajestes e robóticos de 2007. A notícia é excelente, porque a (ex-)miss sonho americano (como ela mesma se define numa das novas faixas) é hoje a subversão em pessoa da música de massa, o maior caça-às-bruxas da indústria de celebridades, a besta-fera presa no sótão, o 666 de top e rímel, que para ficar perfeita só precisava da ajudinha de um bom refrão".

[...]

“Não é que Britney estivesse gorda, seu corpo era coerente com o de uma garota de 25 anos que tinha acabado de ter dois filhos, um divórcio e um esgotamento nervoso (Lembrei daquele vídeo do pirralha chorando defendendo a Britney). A roupa era minúscula, sim, mas não faz parte do discurso feminista conceder à mulher a liberdade de fazer o que quiser com seu corpo, seja ele dos tamanhos P, M ou GG? Gorda e de top, nada mais livre”. (Metrópole: Livre e Moderna)

[...]

"Mesmo perdida, sem carisma, gorda, atropelando fotógrafos e agora sem a guarda dos filhos, Britney veio com o melhor álbum da sua carreira (Ai... de novo essa conversa) , que tem no título a surpresa de um momento súbido de escuridão (Blackout). Mas pode acender as luzes sem medo, é só Britney, bitch".


Rápido Comentário:

Como diria Cybelle, uma grande amiga de um humor-negro devastador: "bichou viu, bichou que eu vi"! Schneider é, sem dúvida, o representante-mor do bitch-journalism em Recife. E na verdade, isso nem é uma crítica, só uma constatação, afinal falando de Britney, o bitch-journalism até cai bem - principalmente por conta dos possíveis leitores interessados, mas quando Schneider transporta essa mesma linguagem pra seus escritos sobre Literatura ou mesmo sobre outros artistas-menos-descartáveis é preciso que alguém de vez em quando diga: volta pra Britney, vai!

quarta-feira, 24 de outubro de 2007

Oh darling

Impressão minha ou o nome da exposição Hellcife, a cidade que te inferniza seguiu a mesma lógica da tradução de Darling, a que amou demais?, ou seja, a velha lógica dos subtítulos desnecessários que beiram o constrangimento e se jogam. Talvez seja porque se deixassem só Hellcife podiam pensar que era uma exposição de fotologs. É muita ideia merda nessa vida.

sábado, 20 de outubro de 2007

Barrichello não se acha perdedor

Adoro essas manchetes que parecem lhe encontrar, não o contrário, especialmente porque você lê e tem certeza absoluta do contrário em meio a um sorriso leve. Li e pensei: “loser”. Aí li a matéria e pensei “loser²”.

Alguns trechos comentados:

A imagem é sim diferente daquela do Ayrton Senna, de acordar e ter a emoção da vitória. Estou longe de ser perdedor, principalmente dentro das pistas.” Por favor, né? Se ele esta “longe de ser perdedor, principalmente dentro das pistas”, imagine fora delas como deve ser. Pé de chinelo total.

Não sinto na rua a rejeição que é passada como uma coisa que existe”. Acho que é uma questão de significado das palavras. De fato, rejeição é uma coisa, pena, desencanto são outras. Ninguém nunca vai jogar tomates, ovos e berinjelas no Rubinho. Ninguém o odeia. Até porque pra desenvolver ódio precisa de um sentimento mais intenso e na velocidade que o Rubinho vai, nada consegue ser muito intenso.

Contribuí para que a F-1 pudesse ser um pouco mais aberta ao público, foi a (corrida na) Áustria, quando tive que deixar o Michael passar. Isso fez com que as regras de hoje fossem mais abertas, A FIA, agora, escuta o rádio. De certa forma, isso é uma contribuição’, acredita o brasileiro”. O cara passa anos na Fórmula 1 pra dizer isso? Ok, dá pena, mas dou apoio afinal é bom continuar acreditando firme-e-forte nisso. Tudo pela auto-estima.

Loser³

Mas vamos considerar também, que quando se tem Galvão Bueno narrando cada uma de suas merdas, com comentários tão particulares, por alguns anos, tudo se torna muito pior. E outra coisa que me intrigou foi: como o jornalista chegou nesse assunto com o Rubinho? o_O

Jornalista:
"Rubinho... você se acha um perdedor?"

Rubinho:
"Não, eu não me acho um perdedor".

sexta-feira, 19 de outubro de 2007

Delegacia de Costumes

Alguém saberia me informar onde fica a 'Delegacia de Costumes'?

Até procurei rapidamente na internet algumas informações, mas tudo é escrito no pretérito, como se 'tivesse existido' uma Delegacia de Costumes. E, de fato, existiu - como a maioria deve saber. Para mim, o próprio nome da instituição - Delegacia de Costumes, Delegacia de Costumes, Delegacia de Costumes - é um tanto auto-explicativo, em relação a um momento histórico específico - aquele que aparentemente superamos. Mas como sou redundante, vou repassar umas linhas encontradas: "as atribuições da Delegacia de Costumes era de tocar nas denominadas contravenções penais estabelecidas pelo Código Penal de 1941. Essa Delegacia tinha a incumbência de investigar, prevenir e reprimir a prostituição, evitando que afetassem a moralidade pública, as ações que pudessem afetar a honra e a dignidade das famílias, as manifestações que contrariassem a moral e os bons costumes, além da venda ou mesmo a exposição de livros, desenhos e gravuras que ofendessem a moral". Ok, sua existência faz todo sentido, se pensarmos que foi concebida dentro do Estado Novo, da Ditatura de Vargas e tal. Ok.


Entretanto, li, hoje, no Blog do Jamildo, que Odete (não sabe quem é Odete? Procure no google 'Maison D'Odete') promoveu ontem uma festa de abertura da sua nova casa de shows, com feijoada, meninas e tudo, só para convidados íntimos e especiais (tipo Jamildo e Sílvio Burle? - isso não é uma crítica, apenas uma pergunta). A abertura pro público só vai acontecer semana que vem, mas o novo espaço já foi liberado pela Vigilância Sanitária (a casa tem um bar e restaurante), pelo Corpo de Bombeiros, Prefeitura de Jaboatão e pela Delegacia de Costumes. Delegacia de Costumes? Repetindo a citação anterior: "as atribuições da Delegacia de Costumes era de tocar nas denominadas contravenções penais estabelecidas pelo Código Penal de 1941. Essa Delegacia tinha a incumbência de investigar, prevenir e reprimir a prostituição, evitando que afetassem a moralidade pública, as ações que pudessem afetar a honra e a dignidade das famílias, as manifestações que contrariassem a moral e os bons costumes, além da venda ou mesmo a exposição de livros, desenhos e gravuras que ofendessem a moral".

Alguém saberia me informar o que seria, em 2007, a 'Delegacia de Costumes'? (isso inclui uma série de perguntas implícitas da modernidade conservadora...).

Acho que vou perguntar a Odete, afinal como figura permanente da família pernambucana, só ela deve saber. E talvez o Jamildo também saiba, afinal vive citando a Delegacia de Costumes em seu Blog.

Governo defende ação policial em favela

"Ontem, foi divulgado um manifesto assinado por 36 ONGs, núcleos de estudos universitários e parlamentares, além de outros sete cidadãos, entre eles o ex-governador Nilo Batista, condenando o que foi chamado de “incursões de extermínio da polícia”. O documento afirma que as ações têm uma suposta “carta branca” do governador.

“Há dez meses a população do Rio vem assistindo a repetidas execuções sumárias de supostos traficantes. No dia 27 de junho, uma megaoperação deixou 19 mortos. “Desde então, em várias comunidades, mais de cem pessoas foram assassinadas durante incursões policiais”, afirmam, no manifesto, entidades como as ONGs Justiça Global, Observatório de Favelas e Grupo Tortura Nunca Mais, entre outras".

Eu sempre me pergunto: quem é o responsável pela distinção entre quem é e quem não é traficante, quando os corpos já desceram o morro e estão dispostos, todos sem vida, um ao lado dos outros no chão? A polícia pode dizer que todos são traficantes, a imprensa pode legitimar essa informação e a população despreocupada também pode acreditar. E acreditam... porque com a cabeça encostada num travesseiro, sob um colchão agradável, ao lado do ar condicionado fica muito fácil acreditar (e isso não é uma sugestão de sentimento de culpa).

sábado, 6 de outubro de 2007

13

Não sei se foram resquícios do sonho, mas acordei com uma imagem na cabeça: a de uma mulher cega e nua escolhendo, entre tantas opções, uma roupa bonita para vestir.